Analfabetos para o Risco

A velocidade estonteante da inovação tecnológica fará da alfabetização para o risco algo tão indispensável no século XXI quanto ler e escrever o foram em séculos passados.

Nosso sistema educacional tem um espantoso ponto cego na alfabetização do risco. Ensinamos aos nossos filhos a matemática da certeza – geometria e trigonometria – mas não a da incerteza: o pensamento estatístico.

Na alfabetização, saber ler e escrever não basta. Ser alfabetizado para o risco é um conhecimento fundamental para sobreviver na sociedade moderna. Sem este conhecimento, sua saúde e seu dinheiro estão em apuros, podendo ser manipulados para gerar medos e esperanças irreais.

A sociedade é composta por analfabetos para o risco.

Devemos saber que nem todos os riscos são conhecidos e calculáveis. Aprender a compreender o risco não é o mesmo que ter aversão a ele.

O risco, em última análise, um produto de um comportamento incerto, tem quase sempre uma forma de frustrar ótimas equações matemáticas. Ansiar por certezas é o maior obstáculo para uma pessoa se preparar para o risco.

Muita gente espera certezas de médicos, economistas, advogados, políticos e outros especialistas, porém eles nos retribuem com a ilusão da certeza, com a crença de que algo é seguro quando não é. Todo ano sustentamos uma indústria multibilionária de prognósticos (quase sempre equivocados), de dicas de mercado a pandemias de gripe.

Estar preparado para o risco é mais do que ser bem informado. Requer coragem tanto para encarar um futuro incerto, quanto para confrontar possíveis especialistas. Nem mesmo estes, por mais chocante que isso seja, aprenderam a comunicar os riscos ao público de maneira compreensível.

¨O conhecimento é o antídoto do medo¨ – Ralph Waldo Emerson

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